segunda-feira, 16 de maio de 2016

A Pedra

E eis que me tornei a própria Pedra.
Cartas para Pedra, a minha mesma...
Essa que habita agora o meu coração.
Palavras quentes para derreter, esse gelo que em mim ficou.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

E na quaresma, ele renasce...

E tu me ressurges assim: belo, altivo, irônico,  indiferente, ágil.
Mais bonito do que outrora, muito mais trânquilo, com uma inquietude sã no olhar.
Os olhos claros, azuis de verão litorâneo.
Como uma semente que esperou na latência de três invernos, o sentimento por ti eclode vibrante, no pulsar de um coração contido, ansioso pelo reencontro.
E ele veio!
Ahhh, o dedilhar de uma guarânea, no inebriante lampejo de seus gracejos.
Como o que eu mais queria, realmente, era terminar esta noite nos seus ternos abraços largos, mas me contento com os dias, esparsos, que me apareces em sonhos.
Meus mais doces beijos espectrais em sua face angelical.
O amor (e a vida) está renascendo aqui.
Amo-te, não ainda, mas a partir de hoje.


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Num crepúsculo laranja

                    Não sei se você reparou, mas eu não me apaixonei por você, nem "fiquei afim", como supos a sua arrogância. Como eu disse, desde o começo: eu apenas aceitei os seus olhos em mim. E além disso, por uma série de motivos, que não convém, eu o tive cativo, para os meus devaneios líricos, porque apesar de tudo, eles precisavam aspergir de mim por algum canal, e só por conveniência você foi o escolhido. Não me apaixono a três anos Dna. Pedra, e por motivos óbvios, parece que os meus lirismos dedicados a ti não saem como deveriam. 
                   O fato de saber do seu recalque, também me incomoda absurdamente. Falo aqui daquela estupidez que você me escreveu, totalmente fora de propósito e sentido, em outras palavras: 'desnecessária'. Mas se você prefere continuar se iludindo com os padrões globais, que após a convivência vão se mostrar apenas mais alguma fã da Shakira, fase USA... "Just a little paciense". Não tenho nada a dizer a respeito, e acho que você também não precisava comentar essas coisas comigo, como já disse antes, TOTALMENTE DESNECESSÁRIO. 
                  Continue a construir castelos nas nuvens, a não concretizar nenhum plano, fique aí achando que eu sou leviana e que o modo aparentemente 'leve' com que eu levo a minha aparente vida não tem nada a ver com o que se passou na minha realmente vida até hoje. Pelo menos de uma coisa eu tenho certeza, não sou recalcada, e se hoje eu dou esses conselhos cheios de acidez, é porque além de ter um tanto de mágoa aqui dentro de mim, creio que algum dia eu também já fui um tanto assim, como és hoje. 
                 O que posso dizer é que, se eu entrei essa nuvem de pseudo-sentimentalidades, primeiro, foi porque você as criou, depois, joguei no lixo meia duzia de preconceitos que eu tinha em relação a você, a começar pela idade, e por fim, achei que se a ideia era estar enfim com uma boa pessoa, porque não deixar de lado as sentimentalidades vazias, as coisas ultrapassadas, os medos de adolescente? Mas de fato, a vida vomita na nossa cara que "ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais", talvez você só entenda isso daqui há cinco anos, ou nem isso, ou quiçá, nem até o fim da vida. Mas tudo bem, não o culpo por se reprimir, afinal, de algum modo, sinto que o usei, que usei seus sentimentos, afim de recuperar algo perdido há três anos: a capacidade de se apaixonar. Mas não deu certo... não é assim, não importa a boa vontade, ainda que ela existisse de ambas as partes, essas sentimentalidades tem que vir, acontecem por algum motivo, a ciência explica, mas eu prefiro ficar com a subjetividade do inexplicável. 
                  Bem, por hora boa noite, só espero não ter conseguido ser mais estúpida que você e que, como imagino, você já não acha lá muitas boas coisas de mim, logo, imagino não tê-lo decepcionado muito.
                  Abraços distantes, como os seus. Beijos frios, como os dos cadáveres.


segunda-feira, 10 de setembro de 2012





Isolado, debaixo daquelas escuras lentes presas por aros delgados eu sei que estão seu olhos, vermelhos e inchados, como sempre têm estado nas últimas semanas, perdidos para além do horizonte, onde nenhuma canção poderia tocar.
Mergulhado no vácuo, separado da alma, que tudo sente, o corpo, presente, anestesia-o, mergulhado em um torpor sanguíneo. E eu cá, do outro lado, vendo toda a sinuosa linha que percorres entre as simétricas estruturas de concreto, me pergunto, para além dos meus olhos claros e despidos, como resgatar aquela força que vinha de suas puras sentimentalidades, a força que se erguia de um amor puro, que a tudo cura? Por senti-lo demais, culpo-me, por não conseguir resgatá-lo deste estranho estado de apenas estar sem buscas, para além dos meus quereres está a vontade de curá-lo desse estranho vírus que mergulhou em seu ser, e que vez ou outra se adensa em almas por aí.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

domingo, 2 de setembro de 2012

O que aconteceu no começo de setembro...

... fica para aquela lua minguando tudo no começo do mês, seco e com indícios primaveris.


Arrependimento mata?

...dizem que não, mas que destrói muitas coisas, isso destrói.
E depois da "ressaca guerra que explode na cabeça", o novo convívio... O que fazer depois de lançar as cartas ao vento? As cartas eram pra ficar escondidinhas, embaixo da pedra, como um defunto, servindo de adubo pra grama.
A luz da gloriosa manhã me acalmou, acompanhada das dores que vem durante o processo de expurgar algo.
Eu amo e amei muitas coisas, sempre na tentativa de clarear alguns mundos por aí.
Mas parece-me que... ahn... deixa pra lá...